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Tema Anual 2018 - Escotismo: Educação para a vida!

Todas as pessoas nascem com um imenso potencial a desenvolver, em todas as suas dimensões, e ao longo de suas vidas vão ampliando suas competências e se apropriando de valores, construindo suas personalidades e definindo identidades. O que determinará a singularidade de cada um será, exatamente, a síntese de todas as suas vivências pessoais. É fato que as pessoas podem desenvolver com maior ou menor plenitude suas potencialidades, numa equação em que quanto mais ricas forem as oportunidades de autoconhecimento, de experimentação de possibilidades e superação de limites, maiores serão os conhecimentos, habilidades e valores acumulados.

Os estudos da ONU identificam que os sistemas de educação formal estão beneficiando cada vez mais crianças, adolescentes e jovens, mas ainda assim existe no mundo um visível déficit no sistema de educação, fazendo com que o objetivo quatro de Desenvolvimento Sustentável da ONU se refira, especificamente, em “assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”. Mas, a atividade educativa não pode ser uma responsabilidade exclusiva da educação formal, já sobrecarregada com o encargo de transmitir grande quantidade de conhecimentos, como destacou o “Relatório Delors”, elaborado pela UNESCO há vinte anos atrás. A ação educativa necessita do apoio de outros agentes relevantes, ou seja, da educação informal e educação não formal, e nesse contexto destaca-se o Movimento Escoteiro.

Toda a concepção do Movimento Escoteiro fundamenta-se no preceito da educação integral, e por isso lança mão de uma multiplicidade de oportunidades para que cada criança, adolescente e jovem experimente uma variedade de situações oferecidas por um programa educativo consistente e aplicado de modo sistemático pelo Método Escoteiro. Sobre essa intenção de contribuir para o crescimento integral das crianças, adolescentes e jovens, em uma concepção holística, o Fundador do Escotismo, Robert Baden-Powell, fez vários registros, tal como no livro Guia do Chefe Escoteiro (publicado em 1920), quando afirmou que “educação é formar o caráter e contribuir na construção de pessoas”. Aliás, no mesmo livro o Fundador ainda deixa claro que “nós desejamos não simplesmente ensinar nossos jovens a ganhar a vida, mas sobretudo a viver, o que significa como aproveitar a vida”.

Em uma linguagem mais atual, o documento da Organização Mundial do Movimento Escoteiro – Características essenciais do Escotismo – define que “o Movimento Escoteiro atinge pleno êxito quando um integrante o deixa com uma atitude positiva com relação ao seu ingresso na vida adulta e com capacidade de fazê-lo de uma maneira construtiva, assertiva e responsável, consciente da necessidade de continuar seu desenvolvimento como pessoa autônoma, colaboradora, responsável e comprometida”.

Na Conferência Escoteira Mundial realizada no Brasil, em 2011, a Organização Escoteira Mundial decidiu que “educação para a vida” é a nossa causa. Esta causa que é, na verdade, um resumo de nosso propósito, que busca apoiar, como instrumento de educação não formal, o processo de educação das pessoas, somando-se àquilo que a educação formal e a educação informal oferecem. Nesse contexto somos uma referência na capacidade de contribuir para que os jovens aprendam a aprender, a fazer e a ser, de tal maneira que se tornem pessoas autônomas, solidárias, responsáveis, comprometidas, capazes de administrar suas vidas e escolher direções para onde seguir.

Essa perspectiva do Escotismo consolidou-se ao longo de uma existência centenária, orientada pela visão positiva e inovadora de Baden-Powell, que em uma palestra, em 1922, já antevia que se o Método Escoteiro fosse “aplicado aos dois sexos, exerceria, sem dúvida, uma influência visível sobre o caráter e o bem geral de uma nação”, e que daria “uma direção nova e contribuiria grandemente para a abolição da diferença de classes, para a substituição do temor pelo amor, as desconfianças pela mútua simpatia, a guerra pela paz”.

Resumindo, o tema “educação para a vida” remete à nossa missão de contribuir para que os jovens assumam suas vidas como protagonistas, capacitando-os para desempenharem seus papeis na sociedade, ajudando-os a desenvolverem da forma mais completa possível suas potencialidades físicas, intelectuais, sociais, espirituais, afetivas e de caráter, resultando na aquisição de valores que serão determinantes nas suas vidas.

Curitiba, 9 de janeiro de 2018

Diretoria Executiva Nacional

Escoteiros do Brasil

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